É Assim que Acaba | Colleen Hoover

Que atire a primeira pedra a pessoa que já conferiu o trabalho da Colleen e não se apaixonou por sua escrita. 

Sério. Se você existe, você é muito forte. 

Não tive a capacidade de não me apaixonar loucamente por todos os livros dessa criatura maravilhosa. (Temo dizer que não me arrependo nem um pouco). 

Autora aclamada pela crítica e muito amada por milhares de leitores pelo mundo, (principalmente nós, do Fantasma) Colleen Hoover nos impacta mais uma vez com a história mais pessoal e intensa que já publicou no lindo exemplar de É Assim Que Acaba. 

Se você já leu qualquer livro da autora, sabe como ela é capaz de criar os personagens mais complexos e maravilhosos do mundo, passando por situações sempre turbulentas e que de alguma forma nos trazem alguma lição de vida. 

A obra que foi há não muito tempo traduzida do inglês e publicada pela Galera Record já conquistou os corações de muitos leitores que publicam as mais diversas resenhas e fotos para apreciar e compartilhar esse trabalho com o mundo todo - ou pelo menos a quem estiver a seu alcance. 

Lily não sabia o que dizer no dia do enterro de seu pai. Suas lembranças não eram lá as melhores. Como seriam, tendo presenciado todo o abuso que sua mãe sofria? Como lidar com todo o ressentimento e mágoas do seu passado?

O livro nos mostra flashbacks do passado difícil de Lily e sua família por meio de seus diários, junto ao presente em que ela luta por seus sonhos, tendo finalmente a chance de abrir sua tão desejada floricultura. 

Ela não esperava conhecer e se interessar por Ryle, um belo neurocirurgião que já avisa logo de início que não se interessa em relacionamentos que não se tratem de uma única noite casual e a pergunta sobre suas Verdades Nuas. 

O conceito de "Verdade Nua" é que você admita ou diga alguma coisa, seja um segredo ou algo que você jamais diria em voz alta para ninguém. Particularmente gostei muito disso porque acredito que exija muita coragem e confiança mútua para trocar os pensamentos mais sombrios que podemos ter com alguém - e no caso do livro, alguém que você acabou de conhecer e não tem intenções de encontrar novamente. A intensidade entre os dois personagens foi apaixonante e quase surreal. Quase boa demais para ser verdade.

Com o desenrolar da história, mergulhamos de cabeça na angústia e dilemas que Lily e seu coração passam, lutando para não repetir os mesmos erros da mãe em aceitar um relacionamento abusivo e tentando entender a mistura de emoções que alguém do seu passado transborda. 

O fato de conseguirmos sentir como se fôssemos realmente parte daquela história é o que torna a experiência com os livros da Colleen tão gratificantes. Você não apenas lê, mas presencia e sente toda a dor que os personagens sentem, tudo graças à uma escrita crua e cheia de Verdades Nuas. 

A capa faz muito jus a obra, com as flores que podem muito bem ser uma representação de Lily e estando destruídas porque... bem, quem leu, pode entender, e tendo relacionamento abusivo como tema principal, acredito que faça sentido. 

A história, apesar de se tratar de algo pesado e que possivelmente te tire de sua zona de conforto, flui muito bem com a simplicidade e complexidade ao mesmo tempo que só Colleen é capaz de dominar. Seus personagens são (mais uma vez) muito bem construídos com personalidades únicas e marcantes. 

Com referências inesperadas à minha querida apresentadora de televisão americana Ellen DeGeneres e a personagem Dory, de "Procurando Nemo", temos a mensagem de que devemos continuar a nadar, porque assim, com certeza chegaremos à areia. 

Um livro que nos arrepia, nos apaixona, nos machuca. O que é justo, já que as vezes, aquele que nos ama é quem mais nos machuca. 

Acho justo terminar essa resenha dizendo que há quem diga que esse foi o melhor livro dela. Prepare-se para um turbilhão absurdo de emoções. 

Não existem pessoas ruins. Somos todos pessoas que as vezes fazem coisas ruins.